O Geoturismo é já uma realidade em Portugal. Em Setembro efectuámos um trabalho / passeio com a GreenWalk pelas arribas Sul e a Norte da Serra de Sintra bem como a outros locais de interesse geológico.
António Tavares, responsável pela Greenalk, fez-nos o itinerário deste magnífico passeio.
No percurso pedestre a começar pela Praia do Abano, verificámos uma linha de falha logo ao descer para a praia, onde as camadas lisas na vertical correspondiam ao Cretácico que estava em contacto com camadas do Jurássico a Norte para onde nos dirigimos pela praia.
Ao subir a vertente Norte da praia, deparámos com erosão superficial nas rochas do Jurássico (carsificação).
Um pouco adiante fomos encontrando rochas fossilíferas, umas com rudistas, oncólitos e corais, (calcários corálicos e calcários oncólitos).
Consoante avançamos em direcção ao Norte, fomos passando as sucessivas camadas do jurássico, ao nos aproximarmos do maciço,
sujem os filões de rocha eruptiva encaixante nos calcários do jurássico e pouco mais adiante as rochas metamórficas, das quais foi possível verificar os calcários xistosos com intercalações margosas e aspecto folheado.
Foi também possível distinguir praias levantadas ao cimo das arribas.
Já perto da ponta da abelheira foi possível ver o contacto entre os calcários compactos e a rocha eruptiva, o granito, onde se localizam os extintos fornos de cal.
A Serra de Sintra
Após o almoço estivemos no núcleo da Serra, com seus blocos de sienito, grandes blocos arredondados pela erosão química (meteorização). Estes blocos estão dispersos por uma área com grande coberto florestal, possível pela precipitação orográfica durante mesmo a época de estiagem.
Arribas a Norte da Serra
Em seguida, fomos para o litoral das arribas escarpadas de camadas do Cretácico que afloram neste estreita faixa a Sul da praia grande. Numa dessas camadas, foi possível observar as pegadas fossilizadas de dinaussáurios.
Os calcários do Planalto de S. João das Lampas
Outra etapa do passeio foi a passagem pelo Planalto a Norte da Serra de Sintra, esta aplanação é derivada das várias transgressões do nível do mar no pleistocénico, onde as formas de relevo suaves são testemunhas dessa abrasão. É neste planalto em Pêro-Pinheiro que afloram as camadas do jurássico, aqui os calcários recristalizados e metamorfizados deram origem aos mármores da região. Neste contexto visitamos as formas naturais de escultura pela acção erosiva nos calcários pela dissolução das rochas que originou formas cársicas muito interessantes, como os campos de lapiás.
Complexo Vulcânico de Lisboa
O tempo escasseava, mas ainda foi possível visitarmos um monumento excepcional que testemunha a actividade vulcânica da região de Lisboa-Mafra, o Penedo de Lexim. Aqui, aflora o basalto em colunas prismáticas que solidificaram na subida do magma na erupção. Este exemplo é um de entre outras da actividade vulcânica que será contextualizado no futuro num itinerário para este tema.
Para saber mais sobre a GreenWalk: http://escritosgeograficosdoantonio.blogspot.com/
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