O ponto mais ocidental do continente europeu
O percurso PRS 7 tem uma configuração circular começando e terminando no Cabo da Roca.São cerca de 11 km entre vegetações rasteiras com o mar por perto a densos bosques que circundam as povoações outrora rurais de Almoçageme e Ulgueira.
O PRS 7 – uma pequena rota – resulta de uma parceria entre o Parque Natural de Sintra Cascais e a C.M. de Sintra. Existe um folheto editado com algumas informações sobre este percurso sinalizado que contém ainda um mapa com trajecto. Contudo detectamos que a descrição que vem no folheto coloca o percurso no sentido inverso ao que indicam as marcas no terreno. Nós respeitamos as marcas na elaboração do nosso trabalho apesar de existirem falhas e algumas situações de interpretação duvidosa. É aconselhável consultar o folheto para informação (incompreensivelmente não está disponível no posto de turismo do Cabo da Roca) e também levar a Carta Militar de Portugal 1/25 000 Nº. 415 / Colares (Sintra) para uma melhor percepção do terreno e do percurso.
Sensações
O Cabo da Roca não deixa ninguém indiferente devido à sua imponência e à sua beleza natural. É um local sujeito a uma grande pressão do turismo com centenas de visitantes por dia que nem sempre respeitam as vedações e os locais mais apropriados para caminhar.
Iniciámos o nosso passeio com uma pequena volta pelo local para observar a enseada mais a sul com o Forte do Espinhaço mais ao longe. Para norte a Pedra do Cavalo, em tons de cinzento, domina a paisagem.
Antes de iniciarmos a nossa caminhada é obrigatório explorar um pouco este ponto mítico que é o Cabo da Roca. A paisagem é deslumbrante independentemente do local para onde se olhe mas para Sul temos a Pedra da Azoia, a Enseada de Assentiz e um pouco mais distante o Forte do Espinhaço. Dirigindo os nossos olhos para Norte para além da edificação do farol temos a Pedra do Cavalo e diversas rochas com um aspecto visual fora do vulgar.
A consulta ao painel informativo do ICNB é essencial para termos uma noção do que podermos ver no nosso trajecto que tem início junto ao farol. O Farol do Cabo da Roca foi foi mandado edificar pelo Alvará pombalino de 1 de Fevereiro de 1758. Entrou em funcionamento em 1772 e sofreu grandes alterações no ano de 1843. A fase inicial do nosso percurso é feito pela estrada sempre com algum movimento de veículos por isso, todo o cuidado é pouco. Por fim chegamos ao desviu que levará para a terra batida em direcção à Praia da Adraga. É troço agradável sem grandes desníveis e ideal para uma adaptção ao terreno e para um aquecimento dos nossos músculos. A paisagem é típica de zonas costeiras muito batidas pelo vento e composta por arbustros e pinheiros mansos ( fotografámos um com um desenvolvimento muito junto ao solo).
A Praia da Adraga é um local de visita obrigatória devido à sua beleza natural e à sua dimensão reduzida que lhe confere uma escala humana. Neste local, temos uma pequena estrutura de apoio composta por bancos em madeira para além de um restaurante e bar. Existe ainda um balneário público que nem sempre está aberto…
Retemperadas as forças voltamos um pouco pela estrada até às marcas de PR e iniciamos a subida em terreno de areia através de uma vegetação composta por Pinheiros Mansos. O caminhar na areia nem sempre é fácil mas também não é uma coisa do outro mundo! Entramos numa zona mais densa de vegetação que nos obriga a um redobrar da atenção às marcas que nem sempre são muito perceptiveis (temos a noção que nos devemos dirigir para Oesta para retomarmos a nossa caminhada pela falésia). As pegadas de dinaussauros estão à nossa espera junto ao Rodízio e à Praia Grande. A observação do trilho de pegadas é sempre uma emoção e um tentar retroceder no tempo para perceber o que se passou naquela época tão longinqua.
Está na altura do nosso percurso flectir para o interior rumo às povoações de Almoçageme e Ulgueira. É nestre troço que as dificuldades com a sinalização regressam. De facto, o percurso não está bem sinalizado o que pode levar a uma certa confusão (ver Situações duvidosas). O trajecto acaba por ser interessante ao nível da paisagem existindo sempre indícios que estamos caminhando perto de espaços com uma forte presença humana. Almoçagem é uma povoação que perdeu a sua “alma” tornando-se incaracterística sem grande interesse arquitectónico e paisagístico só suplantado por pequenos pormenores que conseguiram escapar a um crescimento sem regras e sem um sentido estético. Um pouco como acontece nas nossas povoações saloias em que os propeietários fazem o que querem dos seus espaos sem uma preocupação histórica e desintegradas de uma paisagem rural.
Já deixamos Almoçageme para trás e o caminho que nos leva à Ulgueira é diferente dos até agora percorridos. Frondoso, repleto de vegetação, é sinoso no seu traçado e obriganos a uma passagem por uma ribeira. Estas características fazem deste troço algo de muito interessante…
Chegamos à Ulgueira e deparamos com um cenário completamente diferente das outras povoações da região. É uma aldeia harmoniosa sem atentados arquitectónicos e onde as casas rarameto ultrapassam um piso. Nota-se uma preocupação na recuperação de casas antigas e quase não se vê edificação nova. As ruas são limpas e existem diversos cafés e restaurantes caso seja preciso retemprar as energias. Sem perder a sinalização aconselho uma volta pela povoação que não é muito grande.
Está a chegar fim a nossa caminhada e rumamos agora em direcção ao Cabo da Roca. O trajecto é simples e marcado pela constante presença do farol e do Atlântico na paisagem. Chegados ao Cabo voltámos a dar uma pequena volta pelo local porque o cenário altera-se profundamente consuante o tipo de luminosidade que está!
Situações duvidosa
Durante o nosso trajecto deparamo-nos com três situações duvidosas quer por ausência de sinalização como por um posicionamento pouco esclarecedor.
A primeira surge na sequência da subida da Praia da Adraga e quando entramos num pinhal mais denso. Aqui toda a atenção é pouca pois a queda de algumas árvores dificulta a progressão e visualização das marcas. Temos ter a noção que devemos caminhar para Oeste para retomarmos o caminho junto à falésia.
A segunda situação surge depois de termos visto as pegadas de dinossauros e nos dirigimos para a povoação de Almoçageme. Neste troço separamo-nos da indicação de GR (marcas vermelhas e brancas) e caminhamos apenas com as de PR (amarela e vermelha). Chegamos a um entroncamento e na nossa frente temos a Casa Margarida, seguimos pela nossa direita e detectamos uma marca. Estamos a caminhar em terrenos arenosos com uma vegetação composta por pinheiros mansos, entramos num espaço amplo onde o caminho a seguir não é muito evidente. As marcas nem sempre são muito perceptíveis tendo que haver alguma atenção e capacidade de observação para conseguir caminhar pelo sítio certo…quando encontramos o caminho (continua a ser em areia) um pouco mais à frente vamos encontrar um cruzamento sem qualquer indicação de qual a direcção a tomar. Aqui deverá seguir pelo caminho da direita que nos levará a Almoçageme.
A terceira e última situação duvidosa surge depois da saída de Almoçageme em direcção à Ulgueira. O trajecto está bem indicado mas, a certa altura, temos à nossa direita uma marca na árvore e logo a seguir uma bifurcação. Aqui não seguimos pelo caminho de aparência ser o principal, saímos no da direita que é mais estreito e ligeiramente a descer.
Fauna e Flora
Espécies observáveis durante o percurso.
Carvalho portugês; Chorão; Estorno; Pinheiro manso; Roselha; Sobreiro; Zambujeiro; Cravo-romano; Raiz-divina; Cocleária-menor.
Águia de asa redonda; Andorinhão-real; Coelho-bravo; Doninha; Corvo-marinho de crista; Gaivota-de-patas-amarelas; Ganso-patola; Melro-azul; Peneireiro-comum; Rabirruivo; Sacarrabos; Sardão; Texugo; Víbura-cornuda; Raposa; Pisco-de-peito-ruivo.
Informações úteis
Em caso de Incêndio peça ajuda através do número 117
Número Nacional de Socorro 112
Parque Natural de Sintra Cascais / Tel.: 21 924 72 00
Câmara Municipal de Sintra
Divisão de Desporto – Tel.: 21 922 67 20
Posto de Turismo de Sintra – Tel.: 21 923 11 57
GNR de Colares / +351 21 929 00 27
Bombeiros Voluntários de Almoçageme / +351 21 928 81 71
Parque de Campismo da Praia Grande
Av Monteiro Frederico Freitas – Alto Rodizio – Colares,
2705-333 Colares
+351 21 9290581
Folheto do Percurso:
http://www.icn.pt/downloads/percursos_pnsc/prs7_cabo_da_roca.pdf
Aves de Portugal
http://www.avesdeportugal.info/index.html
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