A Entidade Regional de Turismo do Alentejo conseguiu reunir, no passado dia 15 Março em Évora, cerca de 500 pessoas com interesse em aprender e partilhar experiências sobre a promoção e o marketing turístico.
Ficamos em seguida algumas notas conclusivas elaboradas pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo.
“ Temos pela frente enormes e complexos desafios. Ouvimos atentamente a importância que a Espanha está a dar à indústria turística através dos seus planos de fomento e percebemos que a Croácia, recém-chegada à guerra das nações pela competitividade turística, já nos ultrapassou em número de dormidas.
Desafios que se colocam no plano da organização nacional e da eficácia das políticas públicas, mas também no espaço europeu, como observámos no caso do problema dos vistos com o qual o mercado chinês se defronta, o que só vem reforçar a necessidade de se encontrar respostas também a uma escala supra nacional.
Da China vieram os ensinamentos práticos que nos ajudarão a lidar com um mercado em forte aceleração, esmagador e altamente digital. Imediatamente todos nós sentimos duvidas sobre qual a forma mais eficaz e eficiente de promover Portugal e as suas regiões naquele mercado. Dos operadores chineses vieram ainda recomendações para a necessidade da informação no portal institucional do turismo português ser mais prática e orientada para o cliente.
Acompanhar os mercados ao ritmo frenético com que eles se alteram, implica mudar comportamentos organizacionais e das pessoas que trabalham no Turismo, seja na Administração, qualquer que seja o nível, seja nas empresas.
Para quem tinha dúvidas sobre a necessidade de um planeamento monitorizado e flexível, a intervenção do representante da Cote d´ Azur, retirou-as pela certa. Para este destino francês a prioridade é o Produto, o Produto e ainda o Produto. E mais do que isso, é a capacidade de reinvenção contínua daquele, em função das adversidades dos ciclos económicos e das conjunturas. Os mercados são infindáveis nos seus desejos e motivações, temos aqui as tendências nem sempre decifráveis no tempo certo e para elas há que desenhar novos conceitos, ou seja produtos com alto valor experiencial que permitam gerar venda de quartos de hotelaria.
Ora aqui está um grande desafio para os hoteleiros e para as entidades públicas, como criar novos produtos e amenidades que vão ao encontro das aspirações dos mercados e daquilo que de fato os consumidores querem? A criatividade, o talento, a capacidade de organização e de conhecimento continuado dos mercados emissores, serão determinantes para encontrar as respostas adequadas.
E o segredo em tempos de crise, como aqueles que vivemos, é promover mais, uma recomendação que retemos desta Conferencia e que deve ser levada a quem tem o poder em Portugal de decidir sobre a alocação de recursos públicos.
Das regiões da Cote d`Azur e da Toscânia, esta última com a qual experimentamos fortes afinidades, ficaram as sugestões para uma promoção transnacional e integrada dos três destinos, ideia com a qual a Turismo do Alentejo, ERT também se identifica.
Fica desde já aqui a nossa disponibilidade para partilharmos em conjunto esse desafio.
Também a questão das prioridades das políticas para o turismo foi aqui discutida.
Foi visto, nomeadamente:
A necessidade de um acordo global e consensual para o setor, num horizonte temporal mínimo de 10 anos, que confira alguma estabilidade às orientações de política;
A importância da afirmação de um forte Cluster do Turismo em Portugal que congregue de modo virtuoso e competitivo as vontades de todas as entidades desta indústria.
O Alentejo sentiu-se hoje muito confortável como palco de discussão de temas com esta envergadura e importância para o turismo e para a economia nacional. Isto porque entendemos que reflexões como esta devem ser alargadas e não confinadas aos centros tradicionais de decisão.
Por isso ficámos naturalmente muito satisfeitos por ouvir da parte do Senhor Secretário de Estado a notícia de que a discussão sobre o modelo de contratualização externa iria ser aberta em breve e que as entidades regionais de turismo, as agências de promoção e os empresários iriam nela participar.
Esta Conferencia e o que levamos dela bem pode constituir uma parte substancial do briefing para a discussão que aí vêm”.