A freguesia valenciana de Cerdal recebe a Feira Anual dos Santos, no fim-de-semana de 1 e 2 de novembro; a grande feira/romaria do calendário anual galaico-minhoto e a maior do Noroeste Peninsular.
Os visitantes, aos milhares, desfrutam de um amplo espaço e de uma vasta oferta de produtos proporcionada por mais de 400 expositores distribuídos pelos diversos setores. A feira decorre no Terreiro de São Bento da Lagoa, num espaço devidamente infraestruturado para o efeito, junto à estrada nacional São Pedro da Torre/Paredes de Coura, a 5 minutos do acesso à A3 e das pontes internacionais.
Feira de Gado e Corridas de Cavalos
Os cavalos garranos, típicos da região, são um dos principais atrativos desta feira com as castiças e singulares licitações e mostra dos animais, por parte dos muitos criadores da região norte de Portugal e do sul da Galiza, a animarem as manhas do dia 1 de novembro. Para além do gado cavalar este setor contará, ainda, com gado bovino e caprino.
As emblemáticas corridas de cavalos decorrerão no dia 1, a partir das 14h00, na Pista das Corridas.
As Tasquinhas e as Desgarradas
Nas tasquinhas da feira fazem-se, por tradição, as provas dos vinhos novos da região e, também, se apreciam os mais diversos petiscos, com destaque para os rojões, o caldo verde e as castanhas assadas. Nas noites de 31 de outubro e 1 de novembro decorrem os cantares ao desafio e as desgarradas a cargo dos tocadores de concertina da região nas muitas tasquinhas típicas montadas na feira.
A Feira dos Perícos dos Santos
Os espaços mais próximos à Capela de São Bento acolhem as lavradeiras da região que nesta época vendem, sobretudo, os perícos dos santos (peras pequenas típicas desta região), as castanhas cruas ou cozidas, as nozes, os dióspiros e muitos outros produtos do campo.
Feira das Trocas
A 2 de novembro este certame ganha o nome de Feira das Trocas. Uma tradição antiga de trocar os produtos adquiridos na véspera que por alguma razão não serviam.
Feira Secular
A Feira dos Santos é uma feira / romaria secular e um verdadeiro ponto de encontro galaico-minhoto que cativa, ano após ano, milhares de visitantes. A feira já aparece documentada em 1758 e é um ponto de confluência de povos e onde, por excelência, se sente a alma galaico-minhota.
O antigo Presidente da Região de Turismo do Alto Minho, Dr. Francisco Sampaio, escreveu o seguinte a propósito desta feira: “É Feira à moda antiga e sendo a última grande Feira do ano no Alto Minho, arrasta no seu imaginário aquele ar de Festa e Arraial onde se diz missa, se cumprem ex-votos e promessas, e se acotovela o povo-léu das redondezas. De Viana e de Ponte, de Monção e de Melgaço, de Coura e dos Arcos, dos Ayuntamientos da Raia Galega, tudo se achega numa alegria difusa e constante entre barracas e esparabéus, do plástico e dos factos à medida, das marcas e cassetes piratas, quinquilharias e ferragens, chitas e fazendas, loiças de Barcelos, móveis de Paredes, ourives de Gondomar, garranos dos montados do Corno do Bico e piscas das lavradas de Ganfei.”.