Castelo dos Mouros com novo Centro de Interpretação e musealização do Campo de Investigação Arqueológica

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A Parques de Sintra inaugurou hoje, 10 de março, o Centro de Interpretação da História do Castelo dos Mouros, bem como a musealização do Campo de Investigação Arqueológica, ambos integrados no projeto global “À Conquista do Castelo”.

Creditos: PSML / Wilson Pereira

No que respeita ao Centro de Interpretação da História do Castelo dos Mouros, a solução arquitetónica seguiu a linguagem do projeto global ao eleger o aço, o vidro e a madeira de acácia como materiais, reproduzindo a volumetria que se pensa ser a original através de uma estrutura reversível que não apoia nas paredes.

No interior deste espaço foram instaladas vitrinas em aço e vidro, desenhadas para garantir a segurança e conservação das peças. Um dado em osso, uma queijeira, uma chave, uma panela, machados de pedra polida ou moedas portuguesas e espanholas, são algumas das peças que poderão ser vistas e que têm origem desde o Período Neolítico, de 5.000 A.C., até à Idade Média, do séc. X ao XII.

Também no interior encontra-se uma maquete do Castelo dos Mouros e da sua envolvente, um vídeo com a História do local e vários tablets com informação multimédia interativa detalhada sobre as peças de cada período e em vários idiomas, que permitirão aos visitantes saber mais sobre este monumento.

No que respeita à musealização do Campo de Investigação Arqueológica, foram implantadas duas plataformas em aço, vidro e madeira de acácia (proveniente de limpezas florestais na Serra de Sintra), para proteger as estruturas de forno e silos do bairro islâmico (séc. X-XII), bem como as sepulturas de ritual cristão (séc. XII-XIV), postas a descoberto na encosta nascente do Castelo, permitindo aos visitantes a sua observação e interpretação. Na plataforma adjacente à muralha, foi protegida parte da fundação de uma habitação muçulmana e dois silos geminados com cerca de 3 metros de profundidade.

Fotografia: PSML / Wilson Pereira

Dados arqueológicos e históricos

Os dados arqueológicos recolhidos nos trabalhos realizados entre 2009 e 2012 revelaram uma intensa ocupação da área do Castelo em época cristã (séc. XII-XIV), identificada através da escavação da necrópole da Igreja, na qual se encontraram 33 sepulturas com mais do que um indivíduo sepultado no mesmo espaço, bem como uma extensa ocupação muçulmana (séc. X-XII), evidenciada por vários alicerces de habitações e silos para conservação de cereais.

Por entre os vestígios medievais descobertos recolheram-se numerosos artefactos de cronologia neolítica, sendo um dos achados mais relevantes um vaso completo típico das produções do V milénio a.C., juntamente com outros artefactos de cronologia proto-histórica, como cerâmica campaniforme (c. 3000 a.C.) e cerâmica típica dos contextos do Bronze Final (c. 1300 a.C.).

Após as intensas ocupações humanas comprovadas através dos artefactos arqueológicos recolhidos, o Castelo teve um novo momento áureo com a grande intervenção efetuada por D. Fernando II, na década de 40 do século XIX. Esta englobou as obras de recuperação das ruínas do Castelo e a enorme campanha de reflorestação da serra, dando origem à paisagem atual.

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