No final do mês de Junho foi apresentado o livro “Convento da Senhora da Esperança (sécs. XVI-XVIII) contributos para a sua história”, da autoria de Nuno Grave, com apresentação da Prof. Antónia Fialho Conde. Este evento foi integrado na XVIII Semana Cultural de Alcáçovas.
“Na freguesia de Alcáçovas, na sua cota mais alta encontra-se o Convento de Nossa Senhora da Esperança, que dista pouco mais de 2 km da localidade. É sobre esse cenóbio que incide o presente estudo, que se posiciona cronologicamente a partir de 1541, ano em que a ermida e o conjunto primacial aí existente passaram para a posse da Ordem Dominicana. As terras foram doadas pelo donatário da Vila de Alcáçovas, D. Fernando Henrique, a uma comunidade de religiosos que nunca terá ultrapassado os 12 indivíduos e que nos anos iniciais prestaram devoção à Senhora da Graça. O culto e devoção à Senhora da Esperança só surgirão 15 anos mais tarde, com a entrada do religioso Frei José Bezerra no Convento, sendo este religioso um dos que a mando de D. João III (o Piedoso), veio de Castela para reformar a Província Dominicana em Portugal. Apesar das doações feitas a esta comunidade pelo 3º Senhor da Vila de Alcáçovas, a vida destes religiosos no alto da serra nem sempre terá sido fácil, no entanto a evolução do culto à Senhora da Esperança prestado pelas comunidades vizinhas como Évora, Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Alcáçovas, São Cristóvão, Torrão e outras, irá obter uma enorme projecção ao nível das romarias que passados mais de 459 anos ainda se verificam, embora com menor influência, mas o suficiente para que o culto romeiro e as constantes visitas à Senhora da Esperança ainda persistam. Propriedade particular desde o séc. XVIII, o Convento não possui qualquer tipo de classificação ou protecção legal no que respeita à Lei 107/2001, que estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural. Este trabalho surgiu no seguimento de uma investigação que iria culminar no meu trabalho final de licenciatura em História, ramo Património Cultural no ano de 2008, tendo como base um manuscrito do século XVII. Este documento está actualmente na posse da Junta de Freguesia de Alcáçovas e é o único documento encontrado, até à data, que fornece informações com algum detalhe sobre as vivências dos dominicanos no Convento da Senhora da Esperança, entre os séculos XVI e XVIII”.