– Reconstrução das quatro estufas originais
– Reposição do lago central
– Restauro e conservação dos alegretes (incluindo o revestimento azulejar) e outros elementos arquitetónicos
– Plantação da coleção botânica
– Execução de pavimentos
– Execução de nova rede de infraestruturas
A Parques de Sintra arrancou em dezembro com as obras de recuperação do Jardim Botânico nos Jardins do Palácio Nacional de Queluz. Esta intervenção, com um investimento superior a meio milhão de euros, faz parte do projeto global de recuperação do Palácio Nacional e Jardins de Queluz, cujas obras arrancaram em janeiro de 2015.
Os Jardins do Palácio Nacional de Queluz foram, desde a sua construção, considerados como espaço privilegiado de lazer para a Família Real, constituindo hoje um importante valor paisagístico e patrimonial, sendo considerado um dos mais interessantes jardins históricos europeus.
Esta intervenção surge ainda como resposta à urgente necessidade de recuperação, salvaguarda e valorização do património cultural e paisagístico que os jardins de Queluz compreendem, com o intuito de lhes devolver o caráter lúdico e interpretativo, respeitando a sua composição e a sua relação com a envolvente.
A intervenção
A intervenção tem por principal objetivo a reconstituição do Jardim Botânico setecentista, cujo traçado e composição se perderam completamente na sequência das cheias de 1983. Para este efeito iniciou-se em 2013 uma investigação histórica, incluindo um levantamento documental e iconográfico de todas as estruturas do jardim que culminou com a identificação da original coleção botânica. Procedeu-se também à recolha e análise de vários elementos que se encontravam dispersos, tais como troços de balaustrada, lagos, cantarias, estatuária e lajes. O projeto tem sido igualmente acompanhado por sondagens arqueológicas, cuja informação tem apoiado as tomadas de decisão.
Desta forma, a intervenção incluirá a reconstrução das quatro estufas dedicadas ao cultivo de ananases, tendo por base a existência de várias cantarias originais, assim como a informação histórica disponível (desenho original, levantamentos cartográficos, fotografias e descrições documentais).
Sabe-se que o ananás, espécie vegetal exótica e colecionável no século XVIII, cultivava-se nestas estufas e era motivo de grande orgulho para a Casa Real Portuguesa. Prova desse orgulho é a presença de ananases quer nos elementos decorativos de cantaria quer nos revestimentos azulejares do interior do Palácio Nacional de Queluz.
Pretende-se, igualmente, proceder à reposição do lago central setecentista lavrado em cantaria, da estatuária, das balaustradas, dos pavimentos e da coleção botânica que será em parte disposta pelos canteiros do jardim, canteiros centrais das estufas e floreiras dos alegretes.
Serão ainda feitas obras de conservação e restauro de outros elementos pré-existentes como paramentos, cantarias, muretes decorativos do pórtico de entrada, muros, revestimentos em reboco, bancos, alegretes, azulejos, esculturas e plintos. Também a rede de infraestruturas será dimensionada, para dar resposta às necessidades ao nível da energia, abastecimento de água e drenagem.
Os trabalhos em causa não implicam a interrupção dos percursos de visita, pretendendo-se, pelo contrário, e de acordo com a política habitual de “Aberto para Obras” da Parques de Sintra, que os visitantes acompanhem o progresso das intervenções. Será portanto possível, dentro do respeito pelas regras de segurança, assistir aos trabalhos, bem como aceder à informação sobre os mesmos e, dessa forma, melhor avaliar e reconhecer o esforço necessário para a intervenção em espaços com este tipo de sensibilidade e relevância histórica.
Além da intervenção no Jardim Botânico, com conclusão prevista para o próximo semestre, a Parques de Sintra procederá em breve ao restauro do Jardim de Malta, à recuperação do Bosquete, da Cascata, da rede de caminhos e da plantação de barreiras verdes para proteção visual da envolvente. Em curso está ainda a revisão e melhoria do sistema de águas no que diz respeito a fontes, lagos e à rega.