Área Metropolitana do Porto lança quatro roteiros temáticos pelo património

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A Área Metropolitana do Porto (AMP) lança quatro Roteiros Temáticos pelo Património, que propõem uma forma diferente de descobrir o território dos 17 municípios que integram a AMP. Partir à descoberta dos “Ofícios e Indústrias, do “Barroco”, do “Património dos Caminhos de Santiago” e das “Artes e Arquitetura” é o novo desafio que a Área Metropolitana do Porto coloca aos visitantes, que, a partir de agora, dispõem de quatro guias práticos, com informação útil, organizada de forma simples e intuitiva. Organizados por etapas, os roteiros propõem um conjunto de viagens ao património cultural dos 17 municípios, onde, em cada lugar, monumento ou museu, o visitante pode conhecer e experienciar histórias, tradições seculares, saberes, artes e memórias das diversas comunidades.
O lançamento destes roteiros temáticos vem no seguimento da criação do PIN (pin.amp.pt), uma plataforma online que agrega informação sobre museus e monumentos classificados dos 17 municípios, que resultou da vontade da AMP em valorizar a riqueza e a diversidade do património cultural do seu território.
Conhecer o berço das memórias e as identidades próprias de cada município, disfrutar dos cheiros, dos sabores e das paisagens, sentir a cultura e o património a pulsar nos museus, nos sítios e nas pessoas é assim o novo desafio da AMP para dar a conhecer, de uma forma pessoal e improvável, um território único e irreplicável.

À descoberta de “Os Ofícios e as Indústrias”
O roteiro “Os Ofícios e as Indústrias” propõe uma viagem de descoberta única aos concelhos de Arouca, Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira, Porto, Gondomar, Valongo, Paredes, Santo Tirso, Vila do Conde, Maia, Matosinhos e Espinho, onde o visitante é convidado a conhecer as histórias, desvendar os segredos, reconhecer os protagonistas e experimentar as técnicas de alguns dos ofícios e das indústrias da AMP. O roteiro está dividido em sete etapas, que atravessam a história e o património de 14 municípios. A primeira etapa tem como ponto de partida os concelhos de Arouca e de Vale de Cambra, onde é possível desvendar os segredos e as memórias da cultura do linho e da lavoura, partindo do Núcleo Museológico da Lavoura e do Linho da Misericórdia de Arouca e do Museu Municipal de Vale de Cambra. Na segunda etapa, já em Oliveira de Azeméis, são experienciadas as histórias do vidro e do pão de trigo, cujos saberes antigos e ofícios ancestrais são tema central do Berço Vidreiro e do Núcleo Museológico do Moinho e do Pão. “Dos pés à cabeça” é o mote da terceira etapa deste roteiro temático que encontra em São João da Madeira o berço da chapelaria portuguesa e, em simultâneo, a capital nacional do Calçado, com visita obrigatória ao Museu do Calçado e ao Museu da Chapelaria.
Seguindo para Norte, a etapa quatro do roteiro convida a descobrir o Museu do Papel, em Santa Maria da Feira, que, durante os séculos XVIII e XIX, se afirmou como o pólo nacional da produção do papel e onde ainda hoje se recriam os vários processos de produção e se reavivam gestos repetidos outrora. Na rota do papel e do surgimento e afirmação de novos ofícios, convida-se o visitante a conhecer a história e o desenvolvimento da imprensa e das artes gráficas no Museu Nacional da Imprensa, Jornais e Artes Gráficas, no Porto.
Gondomar, Valongo e Paredes são os municípios que acolhem a etapa seguinte, que retrata e ilustra a abundância de recursos naturais no território e o trabalho árduo de homens, mulheres e até de crianças que, ao longo dos tempos, revolveram a terra à procura de minérios que sustentassem a família. Assim, a viagem proposta traça um fio condutor entre o Museu Mineiro de São Pedro da Cova, o Museu da Lousa e o Centro de Interpretação das Minas de Ouro de Castromil e Banjas.
Rumo a Santo Tirso e Vila do Conde, a penúltima etapa desfia o novelo de histórias, tradições e segredos dos ofícios das fiadeiras, tecedeiras e rendilheiras, quer no Centro Interpretativo da Fábrica e Fiação de Tecidos, em Santo Tirso, quer no Museu das Rendas de Bilros, em Vila do Conde. O roteiro temático pelos ofícios e indústrias da AMP termina nos municípios da Maia, de Matosinhos e de Espinho, onde o Museu de História e Etnologia da Terra da Maia, o Núcleo Museológico do Mar e o Museu Municipal de Espinho dão a conhecer o património, as tradições e os ofícios associados à relação das comunidades com a terra e o mar, que traduzem, no fundo, a identidade coletiva de toda a AMP.

“Barroco” – um território com um caráter distintivo
O terceiro dos novos roteiros sobre o Património Cultural da AMP é dedicado à presença do Barroco no território, nomeadamente aos museus e monumentos classificados mais representativos daquele período. As manifestações desse estilo artístico em solo português têm peculiaridades que lhe garantem um caráter distintivo a nível europeu e, desse privilégio, beneficiam em particular nove concelhos da AMP, onde o tempo e os homens souberam preservar com esmero a melhor arte e arquitetura do período Barroco. Com início na cidade do Porto, considerado o epicentro do denominado Barroco do Norte, o roteiro convida a uma estimulante visita pedonal por vários sítios emblemáticos, desde a Sé Catedral do Porto ao Palácio do Freixo, passando pela Igreja de Santa Clara, Igreja e Torre dos Clérigos, Igreja das Carmelitas, Igreja da Nossa Senhora do Carmo, Museu e Igreja da Misericórdia do Porto e Igreja de S. Francisco.
A descoberta do legado desta expressão artística singular prossegue pelos concelhos de Matosinhos, Maia, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, onde residem segredos antigos e obras dignas de contemplação. Exemplo disso são a Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, a Igreja e Casa Mosteiro de São Salvador em Moreira da Maia, a Igreja de S. Francisco de Azurara e a Igreja da Misericórdia de Vila do Conde e Casa do Despacho. Destaque também para a Igreja Matriz da Póvoa de Varzim e para a Igreja de Nossa Senhora das Dores, ambas na Póvoa de Varzim.
A terceira etapa guia o visitante rumo ao interior, nomeadamente aos municípios da Trofa e de Paredes, onde a Igreja Paroquial de Santiago de Bougado, a Igreja de São Cristóvão de Louredo e a Igreja de São Tomé de Bitarães mostram o barroco em todo o seu esplendor.
O roteiro termina mais a Sul, com visita à Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis e ao Mosteiro de Arouca, ao Museu de Arte Sacra e ao Núcleo Museológico da Santa Casa de Misericórdia de Arouca.

“O Património dos Caminhos de Santiago”, um roteiro, cinco etapas e 10 municípios
O roteiro temático pelo património dos Caminhos de Santiago propõe uma viagem de descoberta única e focada nos concelhos da Área Metropolitana do Porto, um território de passagem e de paragem fundamental para os peregrinos jacobeus no nosso país. O percurso, que integra esta intensa experiência pessoal, rica em paisagens históricas e natureza ímpar, inclui apenas parte do vasto património da região relacionado com o Caminho Português, nomeadamente museus e monumentos classificados, e estrutura-se em cinco etapas.
A primeira etapa vai de Oliveira de Azeméis (Cruzeiro da Bemposta, Pelourinho da Bemposta e Ponte do Salgueiro) até ao Porto, atravessando os concelhos de São João da Madeira e Vila Nova de Gaia (Convento de Corpus Christi e Mosteiro da Serra do Pilar). A segunda etapa é reservada à cidade do Porto (Sé Catedral do Porto e Museu do Tesouro da Sé), ponto nevrálgico do Caminho e também ponto de partida para as etapas seguintes, que se afiguram em três alternativas. Uma que segue do Porto o Caminho Central Português em direção a Tui e atravessa os concelhos da Maia (Igreja e Casa do Mosteiro de São Salvador de Moreira da Maia e o Museu da História e Etnologia da Terra da Maia), Vila do Conde (Capela de São João Baptista do Mosteiro de vairão) e Póvoa de Varzim (Igreja de S. Pedro de Rates e Núcleo Museológico da Igreja Românica de S. Pedro de Rates).
A etapa seguinte coincide com o Caminho Português da Costa e convida à descoberta da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, da Igreja e Convento de Santa Clara e Igreja Matriz de Vila do Conde e, por fim, do Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim.
A última etapa deste périplo pelo património dos Caminhos de Santiago partilha a via romana que segue para Braga, com paragem no Mosteiro de Leça do Balio, em Matosinhos, e nos Marcos Miliários da Estrada Romana Bracara, na Trofa.

Roteiro “Artes e Arquitetura dos séculos XIX, XX e XXI”- uma região feita de criadores
“Artes e Arquitetura” é o tema do quarto roteiro desta série que a AMP dedica ao Património Cultural. O território é conhecido como berço e porto seguro de alguns dos maiores nomes nacionais das artes e da cultura, do que resulta um extenso rol de criadores. O roteiro propõe uma viagem pelo património artístico e arquitetónico que vem sendo classificado na região desde o século XIX, que combinam escolhas eventualmente improváveis como residências de escritores, mercados e esculturas ao ar livre, ou então museus privados, ateliês e até piscinas de água salgada. Mais do que de geografia, ordenamento ou gestão administrativa, os territórios fazem-se de gente e, se a AMP tem património marcante, deve-o sem dúvida ao arrojo dos seus espíritos mais inventivos. A primeira etapa desta metrópole feita de criadores começa no Núcleo de Arte da Oliva, em São João da Madeira, seguindo-se a Casa Museu Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis, e o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira.
O diálogo com a arte e os seus criadores expande-se para a Casa Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia, e para o Lugar do Desenho, em Gondomar, seguindo-se, na terceira etapa, uma incursão ao Centro de Interpretação do Circuito Aberto de Arte Pública de Paredes, ao Museu Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso e ao Museu Municipal Abade Pedrosa, também em Santo Tirso.
Vila do Conde e Matosinhos apresentam, na etapa quatro, duas possibilidades de visita às antigas habitações, hoje musealizadas, de dois grandes nomes da literatura e do humanismo português, respetivamente: a Casa de José Régio e Centro de Documentação e a Casa Museu Abel Salazar. Ainda em Matosinhos, é possível visitar o importante acervo de obras de pintura e escultura portuguesa de referência, no Museu Quinta de Santiago, assim como uma obra fundamental da arquitetura contemporânea portuguesa, desenhada pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira: a Piscina das Marés de Leça da Palmeira.
O roteiro termina no Porto, onde a riqueza do património artístico e arquitetónico da região assume os seus maiores expoentes. O Pavilhão da Água, o Parque de Serralves, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a Casa Museu Marta Ortigão Sampaio, o Museu Soares dos Reis, o Museu da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e a Casa Oficina António Carneiro inscrevem-se num território, onde as artes e a arquitetura dos últimos séculos coabita, dialoga e se confronta com marcas e expressões de outros períodos, desafiando todos os dias o futuro.

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