Família Serrano Mira lança os seus primeiros vinhos com a chancela Casa da Tapada

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O ano de 2018 marcou o investimento dos irmãos Carlos e Luís Serrano Mira fora do Alentejo, berço da família, herdeira de 13 gerações a produzir vinho na região (desde 1667) e onde possuem 350 hectares de vinha própria – Herdade das Servas, em Estremoz. A região eleita foi a dos Vinhos Verdes, onde compraram a emblemática Casa da Tapada, situada na freguesia de São Miguel de Fiscal, em Amares, distrito de Braga.

É chegado o momento de passar à concretização do projecto em forma de vinho, com o lançamento de dois brancos feitos com Louriero e Alvarinho, castas autóctones da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, desta feita colhidas em vinhas instaladas na bacia hidrográfica do rio Cávado, na sub-região com o mesmo nome. Para o efeito, a equipa de enologia desenhou uma dupla de brancos: ‘CT Grande Escolha Loureiro’ e ‘Casa da Tapada Superior Alvarinho e Loureiro’, ambos da colheita de 2018 e adequados aos dias que se aproximam, em harmonia com saladas, mariscos, peixes, sushi e carnes brancas.

CT Grande Escolha Loureiro 2018 . DOC Vinho Verde
PVP: €4,95 e 3,20, (750 e 375ml) • Álc.: 12,5% • Acidez Total: 6,0 g/l • pH: 3,33 • Açúcar Res.: 1,8 g/l

O monovarietal ‘CT Grande Escolha Loureiro 2018’ é um “Loureiro bastante sério”, segundo o enólogo Ricardo Constantino. Estagiou, por três meses, em cubas de inox e, após o engarrafamento, repousou em garrafa durante dois meses. É um vinho límpido e de cor citrina. Denota aromas de maçã, pêssego e laranja, com notas florais de citrinos e folha de louro, características indissociáveis da casta Loureiro. É fresco, frutado e equilibrado, com final de boca harmonioso e persistente.

Casa da Tapada Superior Alvarinho e Loureiro 2018 . DOC Vinho Verde
PVP: €7,90 • Álc.: 13,0% • Acidez Total: 6,2 g/l • pH: 3,30 • Açúcar Res.: 0,8 g/l

Terminada a fermentação alcoólica, o vinho ‘Casa da Tapada Superior Alvarinho e Loureiro 2018’ – feito a partir das uvas das castas Alvarinho (80%) e Loureiro (20%) – estagiou sur lies em cubas de inox, durante três meses. O resultado consiste num vinho límpido e de cor citrina. No nariz, sobressaem os aromas de lima, limão, pêssego e ananás, bem como as notas tropicais e florais de citrinos. É seco, complexo, fresco e encorpado, com final de boca frutado e persistente. “É um vinho com mais estrutura”, segundo e enólogo Ricardo Constantino, quando comparado com o anterior.

Família do Alentejo compra Casa da Tapada
Sempre acreditámos no potencial dos Vinhos Verdes, região que dá origem a vinhos com muita frescura, o que potencia a harmonização gastronómica, ponto forte dos vinhos que produzimos. São vinhos cítricos e aromáticos, em que a acidez está bastante presente. É uma região complementar ao Alentejo. Há também o factor “memória”: em casa do nosso avô materno sempre houve Vinho Verde; um dos seus grandes amigos era lá produtor.”, revela Luís Serrano Mira.
O imponente solar da Casa da Tapada foi erguido em 1540 (séc. XVI) pelo poeta e conhecido humanista Francisco de Sá de Miranda – responsável pela introdução do movimento literário renascentista no nosso país –, que ali se instalou e começou a produzir vinho. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977. Um valor histórico-cultural que pesou no investimento feito pela família Serrano Mira, que está já a apostar na melhoria das condições da propriedade e no enoturismo.
Em primeiro plano está a vinha. Impõe-se a reformulação de parte do vinhedo, com a replantação das castas brancas autóctones da região – Alvarinho e Loureiro. O objectivo é aperfeiçoar o terreno sob o ponto de vista vitícola, para abrir caminho à mecanização da vinha. A produção de espumante com a chancela da Casa da Tapada também está prevista na lista de prioridades da família Serrano Mira, embora não seja para já. Por essa razão, está prevista a plantação de Pedernã – designação oficial para Arinto na Região Demarcada dos Vinhos Verdes.
Em 2018 produziram cerca de 80.000 litros, estando já a adega preparada para duplicar a produção deste ano. Após a vindima, será a vez de ampliar a adega, para fazer face ao aumento previsto da produção de vinho para 2020, bem como acolher uma sala de provas. O primeiro passo no enoturismo já foi dado, com a abertura da loja de vinhos da Casa da Tapada. Para breve, serão anunciados os dados relativos ao horário da loja, das visitas e das provas vínicas.
A Casa da Tapada possui 24 hectares de área total. Estes estão distribuídos pela vinha (12 ha), pela mata centenária, com um surpreendente e diversificado património botânico (10 ha) e o casario  (2 ha) composto pela casa principal – reedificada duas vezes (uma no século XVII e a outra no século XIX) após a construção da primeira fase –, com 11 quartos, a Casa da Eira, com 4 quartos, e a Capela de Nossa Senhora da Guia.

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