Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030, elaborado pela consultura Deloitte para o Turismo Centro de Portugal, aponta caminhos para o futuro da atividade turística.
A Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP) apresentou, no passado dia 03 de dezembro, publicamente dois documentos estruturantes, que traçam o caminho a ser seguido na próxima década de atividade turística no Centro de Portugal: o Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 e o seu Plano de Marketing. Os documentos foram apresentados numa sessão pública que decorreu na sede da Deloitte, em Lisboa.
A apresentação foi presidida por Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo, e contou com uma introdução por parte de Pedro Machado, presidente da TCP.
O Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 e o Plano de Marketing da TCP resultam de uma colaboração com a Deloitte, a qual incluiu uma auscultação exaustiva de vários protagonistas, não apenas na área do turismo, realizada pela consultora.
Pedro Machado referiu, no início da sessão, que “foram muitos os motivos que levaram o Turismo Centro de Portugal a desenvolver estes documentos“. “A indústria do turismo está a atravessar um conjunto de mutações, o que nos motivou a percorrer este caminho, de forma a ajustar os destinos e regiões à atividade turística. A região Centro de Portugal cresceu nos últimos anos acima da média nacional, mas poderá não ser sempre assim“, sublinhou. “É importante que os players do setor tenham um documento orientador. Estes documentos, projetados a 10 anos, são uma referência estratégica que influencia a ação dos empresários“, acrescentou.
Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo, encerrou a sessão com elogios ao trabalho feito. “A região Centro de Portugal tem contribuído de forma muito sólida para o crescimento do turismo no país. O país não é só Lisboa. Olhando para estes documentos, que apontam para o futuro, ficamos seguros de que temos as pessoas certas para o Centro de Portugal continuar a crescer e ser uma região de exceção“, frisou a governante. “Vamos entrar numa nova era do turismo. Este plano permite-nos parar e pensar sobre o futuro, com uma visão refrescada“, disse ainda.
Um plano pensado a dez anos
Coube a Pedro Santos Rosa, Senior Manager da Deloitte, explicar os pontos fundamentais dos dois documentos.
O Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 projeta as principais linhas-mestras da Turismo Centro de Portugal para a próxima década. Em concreto, sintetiza as metas turísticas concretas a atingir e os objetivos estratégicos gerais para a Região, ao mesmo tempo que avança com linhas estratégicas de ação para atingir os objetivos propostos.
Assim, foram definidas quatro metas turísticas a alcançar: aumentar o número de dormidas na Região Centro de Portugal; aumentar a estada média no território; aumentar a taxa líquida de ocupação-cama; e aumentar o rendimento por quarto disponível nas unidades da Região.
Para alcançar essas metas, o Plano tem na sua génese cinco drivers orientadores. Estes passam por “qualificar e valorizar todos os intervenientes na cadeia de valor do setor do Turismo”, “promover o desenvolvimento integrado, sustentado e coeso do território”, “estruturar, qualificar, consolidar e diversificar transversalmente a qualidade da oferta”, “contribuir para o desenvolvimento da notoriedade da Região Centro e solidificação da marca Centro no mercado” e “potenciar o investimento turístico na Região Centro e incentivar a inovação e empreendedorismo”.
À luz do novo panorama turístico da Região Centro de Portugal, também os seus pilares estratégicos foram adaptados, passando a totalizar cinco pilares que sumarizam a oferta turística da região: Cultura, História, Património e Gastronomia e Vinhos; Natureza, Wellness, Turismo Ativo e Desportivo e Mar; Lifestyle, Inspirational e novas tendências; Turismo Espiritual e Religioso; e Turismo Corporate e Empresarial.
O Plano Regional sublinha que, tomando partido da sua diversidade, a Região Centro de Portugal deverá alavancar a sua oferta turística, posicionando-se como um destino coeso, caracterizado pela oferta de experiências turísticas integradas transversais e pela continuidade ao longo do território. A promoção do território deve evidenciar as características únicas e diferenciadoras da Região.
O Plano de Marketing do TCP, igualmente apresentado por Pedro Santos Rosa, é um documento que sintetiza a estratégia da Região, orientada para o produto, mercados, segmentos e marca, partindo das linhas estratégicas de ação e dos pilares estratégicos definidos pelo Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030.
“A elaboração do Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 constituiu um enorme desafio, na medida em que é bastante ambicioso em termos de horizonte temporal, a 10 anos, até 2030, principalmente se tivermos em consideração a volatilidade da indústria do turismo“, considerou Pedro Santos Rosa.