No aeroporto das Astúrias tivemos o primeiro contacto com o nosso guia Ernesto Fernandez (Turismo das Astúrias) que nos acompanhou, ao longo de quatro dias, à descoberta de parte da região das Astúrias. Dias intensos e cheios de informação… Visitámos as Astúrias a convite do Turismo das Astúrias.
Texto e fotografia: ©Lobo do Mar / Passear.com
A nossa jornada pelas Astúrias teve como primeira paragem a bonita cidade de Avilés. Cosmopolita, marítima, medieval, dinâmica e metropolitana, é assim que é descrita. É considerada uma das 3 principais cidades das Astúrias.
A vila e capital do concelho tem um centro histórico pontilhado de palácios, jardins, fontes, igrejas, casas com arcadas, etc. que lhe conferem um ambiente único. A dimensão e as proporções do seu estuário, e a sua passagem pelo coração da cidade, fazem de Avilés a única cidade das Astúrias com uma forte corrente fluvial no sopé da sua zona histórica, uma das mais bem conservadas de todo o norte de Espanha.
Terra de descobridores como Pedro Menéndez de Avilés – conquistador da Florida no continente americano -, é uma cidade e um concelho aberto à inovação e com vocação artística. Além disso, a Avilés contemporânea também experimentou uma grande revolução industrial nas mãos da siderurgia, que marcou uma ‘fisionomia’ pós-industrial.
O Centro Oscar Niemeyer, a nossa porta de entrada em Avilés, é um magnifico complexo cultural multi usos de autoria de um dos mais afamados arquitetos mundiais (este brasileiro esteve no projeto de Brasília). É composto por cinco áreas separadas mas complementares. Uma torre de observação, um auditório, um dome espaço de exposição e uma praça. São 22000 m² num total que abriram ao público em 2011 e foi um agradecimento do arquiteto um dos agraciado com o Prémio Príncipe das Astúrias para as Artes. Este espaço vem na sequência da celebração do 25º Aniversário dos Prémios e é um verdadeiro símbolo da renovação urbana e sociológica que a área sofreu.
É através da Puente de San Sebastian, sobre a ria de Avilés, que nos vamos embrenhar numa cidade dos pórticos e de ruas estreitas como é o caso da Rua Galiana que data do século 17. O velho Bairro Histórico e Medieval com cerca de 2 kms² é perfeito para para passear a pé e acessível sendo considerado destino com a melhor acessibilidade em 2016. Protegido por uma muralha medieval até ao séc XIX encontra-se perfeitamente preservado e onde podemos admirar a arquitetura desde a idade média até hoje.
O Bairro Espaňa conhecido como Parche tem duas das ruas mais emblemáticas Galiana e Ferrería. Aqui encontramos dois icónicos Palácios, o do Marquês de Ferrera e o Llano Ponte, casas de emigrantes que retornaram à origem depois das andanças pela América e ainda um parque maravilhoso, o Ferrara Park.
É o pulmão do centro da cidade, é um amplo, belo e tranquilo espaço natural que centenas de pessoas, de todas as gerações, apreciam e usufruem diariamente.
Durante séculos foi propriedade de sucessivos marqueses de Ferrera, fazendo parte do espólio do palácio do mesmo nome. A Câmara Municipal de Avilés adquiriu-o para uso público, sendo inaugurado pelo Rei Juan Carlos I em Maio de 1976.
Está dividido em duas partes claramente diferenciadas: o parque “estilo inglês” e o “Jardim Francês”. A primeira combina espaços de prados abertos, um lago de água e zonas arborizadas com exemplares centenários de teixos, cedros, pinheiros, carvalhos, bétulas, castanheiros, etc. O segundo tem todos os elementos que definem um jardim palaciano: árvores, pérgulas, fontes e traçados únicos de buxo configurando os parterres.
O parque está equipado com bastante mobiliário de descanso, além de serviços como: parque infantil, áreas sinalizadas e tecnicamente equipadas para a prática desportiva, incluindo equipamentos de ginástica, jornalteca, pavilhão musical, sala de aula ambiental, sanitários públicos, etc.
Em proximidade passamos pelo Palácio Marquês de Camposagrado com as suas duas fachadas, Renascentista e Barroca onde funciona a Escola Superior de Arte do Principado das Astúrias. No largo adjacente temos a escultura de Juan Carreňo de Miranda “Pintor”.
Em Avilés almoçamos num restaurante icónico, a Casa Tataguyo, situado na Plaza Carbayedo. A história da Casa Tataguyo remonta a 1845, quando Tataguyo existia como uma popular pousada e refeitório com o nome de Casa Campanal.
Atrás das suas portas esconde-se parte da história de Avilés, não só pelas famílias que o gerem, mas também pelos seus clientes, pelo clima especial que envolve o restaurante e que emana afeto e amizade.
Tataguyo existe como tal desde 1905, embora tenha sido fundada com outro nome e outras pessoas, em 1845. Originalmente, era uma casa de correio e um lugar onde cozinhavam. Há mais de 60 anos “María la Tata”, uma mulher de grande humanidade e simpatia, alimentou comerciantes e pecuaristas que vinham ao mercado de gado.
O que comemos – Creme de Courgete, Pescada com batata e, por fim, tarte de Queijo. De grande qualidade!