A Beira Baixa, situada no centro de Portugal, é uma região rica em paisagem natural, património histórico e cultural, com uma forte tradição agrícola e pecuária, e uma identidade cultural única. É um destino atraente para quem procura explorar a história e a cultura portuguesa, bem como para quem deseja desfrutar da natureza e da tranquilidade do campo.
Durante seis dias fomos descobrir parte deste património percorrendo Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Penamacor, Idanha-a-Nova, Oleiros e Proença-a-Nova.
Texto e Fotografia: Passear e Viver Com Gosto
VILA VELHA DE RÓDÃO
“O Rio Tejo rompe o relevo quartzítico e abrem-se as portas do Rodão”.
Portas de Ródão
É de barco que conseguimos admirar toda a imponência das Portas de Ródão no rio Tejo. Num barco jangada da empresa Vila Portuguesa, em alumínio e equipado com um motor elétrico, saímos do cais fluvial para uma navegação silenciosa à descoberta dos pequenos grandes segredos do rio Tejo.
As Portas de Ródão são uma ocorrência geológica natural, localizada nas duas margens do Tejo, nos concelhos de Vila Velha de Ródão e Nisa e foram classificadas como Monumento Natural em 2009.
Trata-se duma imponente garganta escavada pelo rio Tejo na crista quartzítica da serra do Perdigão, que criou um estrangulamento no curso da água com 45 metros de largura.
Se a imponência das Portas de Ródão dominam a paisagem este trecho do rio tem outros pontos de interesse nomeadamente ligados à observação de aves. No alto da margem direita a paisagem é marcada pelo castelo do Rei Wamba e os imponentes grifos que em voos circulares aproveitam as correntes quentes ascendentes para ganharem altitude. Mais junto ao plano de água os corvos marinhos e garças cinzentas estão vigilantes à espera de uma boa pescaria. As escarpas das Portas de Ródão são locais ideais para as aves nidificarem, no nosso trajeto tivemos a oportunidade de observar algumas cegonhas mas o nosso skipper assegurou, que este ano temos um “convidado especial” a cegonha preta.
O que se pode observar
Aves aquáticas: corvo-marinho-de-faces-brancas, garça-cinzenta
Grandes aves terrestres: cegonha-preta, grifo, águia-de-bonelli, pica-pau-verde
Passeriformes: alvéola-branca, ferreirinha-alpina, melro-azul, toutinegra-de-cabeça-preta, chapim-de-poupa, chapim-carvoeiro, pega-rabuda, cia.
PR6 – Geologia e Arqueologia Urbanas
Este percurso apresenta um traçado circular e ainda que um pouco extenso, não apresenta grandes dificuldades. Inicia-se junto ao CIART (Centro de Interpretação da Arte Rupestre do Tejo), situado no largo do Pelourinho e, atualmente num processo de renovação.
Nós começámos o percurso junto à água no porto pois efetuámos o passeio de barco durante a manhã e, depois almoçámos uma rica Sopa de Peixe no restaurante Vila Portuguesa situado junto à fluvina.
Grande parte do percurso desenvolve-se em área urbana mas para nós, o mais interessante são os troços com o rio Tejo como paisagem de fundo de onde destacamos a estação arqueológica da Foz do Enxarrique. Bem conservada e com bons painéis de informação.
Trata-se de um recinto ao ar livre cheio de história situado nas margens da confluência da Ribeira do Enxarrique com o Rio Tejo; isolado, na proximidade de aglomerado urbano, não longe do acidente geológico conhecido como Portas do Rodão.
Foi considerado Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/ 90, DR n.º 163 de 17 julho 1990.
No que diz respeito à cronologia temos:
Paleolítico inferior – Paleolítico médio – – ocupação do sítio por caçadores – recoletores; séc. 01 a.C. – identificação de vestígios de um acampamento romano, entre os quais uma lareira de ocasião e alguns projeteis em chumbo, confirmando referências de autores clássicos a uma movimentação de tropas romanas, ao longo do vale do Tejo, nesse período.
Outro destaque vai para os passadiços da ribeira do Enxarrique e o seu Laboratório Vivo que nos leva até ao Lagar de Varas. Este espaço adquirido pela autarquia em 2007 e posteriormente remodelado é um monumento que documenta todas as fases históricas do fabrico do azeite, desde o uso da energia humana e animal até à hidráulica e à mecânica.
Ficha do Percurso
Tipo de Percurso: Circular | Sinalizado: Sim | Distância: 8,5 km | Duração: +/- 2h 30m | Dificuldade: 2 (em 5).
Peixe do rio com certeza
Quando estamos junto ao rio Tejo, o melhor, é comer peixe capturado no rio. Antes de embarcar para o passeio no barco elétrico fizemos a reserva pois, ao domingo, o restaurante da marina costuma encher!
A Sopa de Peixe (para duas pessoas) foi a nossa escolha acompanhada por um vinho tinto da casa. As doses são de boa dimensão por isso, não pedimos qualquer tipo de entrada (foi o melhor que fizemos).
A Sopa de Peixe está dividida em três. Numa travessa temos Barbo frito, noutra a Carpa no forno e finalmente pão com caldo, poejo e pimento.
É um prato muito saboroso e condimentado que acompanha bem com o vinho tinto da casa (Quinta das Termos da região de Belmonte)
Refeição de qualidade que custou 41 Euros, para duas pessoas.
Restaurante Vila Portuguesa
Rua do Porto do Tejo 155, 6030-198 Vila Velha de Rodão – 272541138 / 967646614
Informação útil
CIART
R. Dr. José Pinto Oliveira Rocha 20 6030-214 Vila Velha de Rodão
T: +351 963 445 866 www.tejorupestre.com
Horário: Terça a Sábado das 9:00h às 12:30h e das 14:00h às 18:00h
Encerra ao Domingo e Segunda / Entrada gratuita
Lagar de Varas
Rua da Estrada n.o 18, 6030-230 Vila Velha de Ródão
T: 272 540 312 / 963 445 928 E: turismo@cm-vvrodao.pt
Horário de verão: (1 Maio a 30 Setembro) Terça a Domingo: 09:30h às 12:30h e das 14:00h às 18:00h
Horário de inverno: (1 Outubro a 30 Abril) Terça a Domingo: 9:00h às 12:30h e das 14:00h às 17:30h
Encerra à Segunda-feira / Entrada gratuita
Castelo Rei Wamba
Estrada Municipal 1373 (acesso a Vilas Ruivas) 6030-230 Vila Velha de Ródão
Horário: Aberto todo o ano
Entrada gratuita
Passeios de barco no rio Tejo
Vila Portuguesa
Passeios de barco e cruzeiros no Rio Tejo – Portas de Ródão (vilaportuguesa.pt)