Caminho de Santiago em Bicicleta – 10ª etapa

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10ª etapa. Samos/Melide, 82.33 Kms

Esperei muito pelo momento de escrever sobre esta etapa, sem dúvida aquela que mais satisfação me deu percorrer, os caminhos da Galiza são verdadeiramente estonteantes de tanta beleza natural que patenteiam, os castanheiros, carvalhos, pinheiros, as pastagens verdes, as vacas com as quais não podemos deixar de nos cruzar no caminho, as bostas que perfumam os trilhos, e que se agarram ás bicicletas. Enfim existe algo que nos faz sentir bem, esquecer as dores musculares que apertam, e de que maneira os nossos corpos já extenuados.

Trata-se verdadeiramente de uma etapa magnífica, a que hei-de levar ou convidar alguns amigos a percorrer.

Texto e Fotografia: António José Soares

Neste dia fizemos 82,33 Kms., atingi a velocidade máxima de 55, 82 Kms, a velocidade média foi de 12,62 Kms Hora, o tempo a pedalar foi de 06:31:21 H.

Em Sarriá reencontrámo-nos com Sergi, que em virtude da confusão provocada pelo meu furo em Astorga tinha descolado. Foi o reorganizar do grupo para atacar o final.

Não me canso de exaltar com a beleza da etapa, a Galiza é deslumbrante, para além do percurso que é um assombro, todos estamos contentes por ver o objectivo quase a ser alcançado. Muitas foram as vezes que pensei que poderia não chegar o fim, fruto de alguma lesão, só por isso.

Felizmente sentimos todos uma grande alegria, e já com alguma ponta de nostalgia por ver passados momentos fantásticos de vivência verdadeiramente fraternal, a amizade quando bem cultivada é algo de sublime.

Exemplo disso foi o jantar em Melide, em que a retrospectivámos a viagem, brincámos uns com os outros, ingenuamente fiz corar a simpática empregada, quando perguntei se: “a tarte és folhada?”, bem os espanhóis rebentaram a rir, a moça ficou com os olhos esbugalhados, rindo também, eu apercebi-me da bronca que dei, a qual não posso aqui esclarecer, contudo, caso tenham curiosidade, terão que perguntar a um(a) espanhol(a), se tiverem algum grau de confiança com ele(a). O polvo à galega foi repetido as vezes necessárias até não podermos mais. A cerveja nem se fala.

Estes espanhóis são umas fonhas a comer, e Fulvio, bem Fulvio parece “um camião betoneira”, não é Valentino?!

Igualmente deixámos para trás atractivos que já todos pensamos em rever, sabe-se lá quando, mas penso que é denominador comum, todos no seu pensamento pensam em voltar. Que assim seja.

Já em jeito de balanço posso afirmar que esta tem sido uma experiência incrível, de uma auto satisfação enorme. Sem dúvida se houver condições que permitam, por mim será seguramente repetida.

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